sexta-feira, abril 28, 2006

O mundo está extravasando pretensão.

Principalmente de expectativas.

Mediocridade saiu de moda e isso me enche o saco.

O que escorre pela internet são fotos e textos e citações e combinações artísticas aleatórias que te induzem a pensar que aquela pessoa é diferente de alguma forma.

A multiplicação de pessoas que se interessam por arte me incomoda.

Por que elas não se interessam por arte, elas se interessam pela possibilidade de cativarem o MUNDO INTEIRO pelo fato de se dedicarem ao culto desse milagre, dessa salvação existencial, a solução de todas as questões:

A ARTE.

E aí surge uma multiplicação de falsos compreendedores e empreendedores.

E um turbilhão enorme de hipócritas e intelectualóides se projeta na primeira das primeiras FILEIRAS das pessoas mais odiáveis do universo.

E por fim surge a banalização.

A democratização de certas coisas sempre gera banalização.

A quantidade esmaga a qualidade e ninguém mais sabe o que apreciar.

Tudo por causa dessa HORDA de CRETINOS.

Digam o que quiserem, hei de instituir a ditadura da criatividade e banir essa porcalhada de vez.

segunda-feira, abril 17, 2006

Naquelas BANDAS de lá não havia água de nenhuma espécie.

E também não havia espécies de qualquer ESPÉCIE.

O que havia mesmo era um silêncio TUMULAR.

E um monte de areias e dunas e quilômetros do mais absoluto NADA cobrindo as distâncias.

E assim era este lugar.

E nada podia ele oferecer.

E por lá nada passou e nem passará.

E é só.

domingo, abril 09, 2006

Nome de peça/conto/livro

Meninos cegos que olham para o céu.

Ou

Meninos cegos também olham para o céu.

sábado, abril 08, 2006

Vomitando

Uma catarse aleatória foi até a praia conversar com borboletas de mil cores e facas de pavios enormes e curtos e fios e estrelas que rodavam sob céus de outubro sem fim num patamar de piruetas sem controle onde anões contam histórias de nuvens e papagaios que pronunciam ditados em latim e soberanos que escalam montanhas de café.

Acho que é isso.

quarta-feira, abril 05, 2006

De tudo e nada mais.

Por trás de gritos e cóleras e tempestades.

Por trás de paixões, arrebates e paralisias da alma.

Por trás de covas e coveiros, gargalhadas e silêncios.

Por trás de acrobacias, serestas, urros e conquistas.

Por trás do último e do primeiro segundo.

Por trás de colombinas, prostitutas, sussurros e poetas.

Por trás de solilóquios e brilhantismos e carreiras e infartos.

Por trás do calor de todos os corpos.

Por trás de labirintos e retinas sem vida.

Por trás de maravilhas e nuvens que sonham com o chão.

Por trás de gargantas e intestinos e poços de solidão.

Por trás da poeira encobrindo muralhas de coisas sem sentido.

Por trás de tudo e nada mais.

Eu só vejo molduras vazias.