Já não me lembro
de quando é o último alento
a que tive direito
desde que morri.
Já não me lembro
quanto custou o sossego
entre socos e invernos
e lares que perdi.
Já não me lembro
se me gosto ou me faço
me reduzo aos pedaços
do que fui e esqueci
Já não me lembro se me calo,
se me pronuncio ou me igualo
aos que menores, venci.
Já não me lembro da eloquência,
das palavras bêbadas, nas quais o exílio
exaltava meu sorrir.
Lembro-me sempre da solidão
por carregar a angústia e o cansaço
de viver sem mim.
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Um comentário:
Perfeito!
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