segunda-feira, junho 19, 2006

E essa fala nem era minha

"A gente pode o que quiser. Dá a mão. A gente pode sentir pena dos jovens, quando eles confundem angústia com idealismo. E dos velhos, que têm o coração orgulhoso e arrogante. A gente pode ver o terror nos tribunais. Ver por baixo da máscara do poeta. Ver o comediante chorar no escuro. Ver o capitalista e o mendigo que não possuem senão a mesma coisa - nada. A gente pode ver como traem os que se amam. Ver pais que querem ter filhos pra poder gritar depois: "Você devia se orgulhar de ter pais como nós". Depois ver os filhos crescendo e fazendo a mesma coisa. A gente pode ver a inocência dos pequenos que descobrem a paixão pela primeira vez. E da prostituta que lê Schiller deitada na cama. A gente pode ver Deus e o Diabo brigando. E a gente pode cochichar no ouvido um do outro o segredo que ninguém aqui sabe: Deus e o Diabo estão bêbados. Tudo o que você tem que fazer é me dar a mão. Seu cabelo vai estar branco quando você tiver outra oportunidade desta."

Saudades de "O Despertar da Primavera".


Um comentário:

Vitor Eduardo disse...

Moritz
Wir können alles. Gib mir die Hand! Wir können die Jugend bedauern, wie sie ihre Bangigkeit für Idealismus hält, und das Alter, wie ihm vor stoischer Überlegenheit das Herz brechen will. Wir sehen den Kaiser vor Gassenhauern und den Lazzaroni vor der jüngsten Posaune beben. Wir ignorieren die Maske des Komödianten und sehen den Dichter im Dunkeln die Maske vornehmen. Wir erblicken den Zufriedenen in seiner Bettelhaftigkeit, im Mühseligen und Beladenen den Kapitalisten. Wir beobachten Verliebte und sehen sie voreinander erröten, ahnend, daß sie betrogene Betrüger sind. Eltern sehen wir Kinder in die Welt setzen, um ihnen zurufen zu können: Wie glücklich ihr seid, solche Eltern zu haben! - und sehen die Kinder hingehn und desgleichen tun. Wir können die Unschuld in ihren einsamen Liebesnöten, die Fünfgroschendirne über der Lektüre Schillers belauschen... Gott und den Teufel sehen wir sich voreinander blamieren und hegen in uns das durch nichts zu erschütternde Bewußtsein, daß beide betrunken sind... Eine Ruhe, eine Zufriedenheit, Melchior -! Du brauchst mir nur den kleinen Finger zu reichen. - Schneeweiß kannst du werden, eh sich dir der Augenblick wieder so günstig zeigt!