quarta-feira, agosto 26, 2009

Mude o sol, mude a poltrona.

Feche um olho ou outro.

A mesma porta vai dar sempre na mesma sala.

terça-feira, agosto 25, 2009

Ainda que eu faça pouco, ainda que eu faça nada, haverá sempre menos a fazer, nessa vida de mim privada.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Essa minha nova mania de escrever mal merece ser reprimida.

Não que eu escrevesse BEM antes.

Mas enfim, está tudo PIOR.

Me ajudem a parar, obrigado.

quarta-feira, agosto 19, 2009

em 1996 eu acho. algo assim. havia um grupo de meninas em guaratuba. dessas meninas uma delas era especialmente bonita. ela era apaixonada pelo filho da minha madrasta. um dia nós fomos a uma feirinha e ela me pediu pra roubar um laço pra ela. eu roubei. um laço. de noite ela vestiu esse laço e beijou o filho da minha madrasta.
em 1994 ou 1993 ou 1995, algum desses anos. eu creio que foi em 1995. eu dei meu primeiro beijo. na verdade eu tive dois primeiros beijos. por que eu sei que beijei duas meninas nessa época e não lembro qual das duas foi primeiro. então eu considero que as duas tiveram essa honra. eu acho que participar da primeira experiência de algo importante na vida de qualquer pessoa sempre é uma tremenda honra. nas duas hipóteses eu não queria nada. as meninas sim. ó céus, um belo garoto loiro que não estava nem aí pra garotas. eu gostava de videogames.

em 2001 ou 2002 ou 2000. eu me apaixonei pela primeira vez. era uma japonesa de uniforme preto que namorava um surfista pra lá de estranho. certa vez nós viajamos pra paranaguá e conversamos sobre sexo. ela entendia mais do assunto do que eu. mas jamais ela soube disso, eu não permitiria. eu sempre fui um craque em mentir. essa habilidade não tem preço. mas com as mulheres eu nunca tive lá muito tato não. a japonesa sabe disso. ela ouviu meus sentimentos por duas ou três vezes, não se impressionou em nenhuma.
já não era sem tempo, uma decepção ia acabar acontecendo. estive bastante acostumado a criar expectativas e conquistá-las facilmente. normalmente ultrapassando-as em larga conta. mas enfim, eu sou um moleque de dez anos. que espécie de expectativas tem um moleque de dez anos? FÁCIL. as expectativas dos outros. as expectativas dos outros sobre você. principalmente a família claro. uma família essencialmente fracassada financeiramente em nome de ideais. você é um talão de cheques. não. você é uma conta bancária com lastro infinito e você está no nome do seu pai. na verdade isso tudo se deu por conta de um trabalho de artes. eu tinha dez anos de idade e eu era um aluno excelente. um dos melhores alunos num dos melhores colégios. coisa fina. aí um dia eu tirei uma nota péssima em artes. uma mancha vermelha no meio da nobreza azul do meu boletim. vocês acreditam que eu preguei o meu boletim na porta do armário? pra ver a nota lá todo dia? pra me lembrar que eu fracassei numa matéria. em um único bimestre. isso foi em 1994 e eu tinha 10 anos.

quinta-feira, agosto 13, 2009

Saramago

"É um erro entregar ao futuro o encargo de julgar os responsáveis pelo sofrimento das vítimas de agora, porque esse futuro não deixará de fazer também as suas vítimas e igualmente não resistirá à tentação de pospor para um outro futuro ainda mais longínquo o mirífico momento da justiça universal em que muitos de nós fingimos acreditar como a maneira mais fácil, e também a mais hipócrita, de eludir responsabilidades que só a nós nos cabem, a este presente que somos."

Que capacidade absurda desse homem de cutucar as FERIDAS das nossas consciências.

O Caderno de Saramago

terça-feira, agosto 11, 2009

Update: em virtude do questionamento de alguns conhecidos, ressalto: o texto abaixo é ficção.


Acordei com esse tremendo incômodo dentro da minha barriga. Julguei de imediato que era a fome, por que não? Seria natural. Muito embora não parecesse exatamente fome. Ao menos não a minha. Mas, efetivamente era na minha barriga que estava o problema. Cortei queijo, pão, derramei um pouco de azeite. Repeti algumas vezes. Senti um alívio. Parcial, contudo. Não era a primeira vez que eu sentia isso. Pensei em comer mais, mas uma parte de mim chacoalhou-se toda e impediu-me.

Sentei, deitei, li. Aquela mesma sensação, ainda ali. Parei pra refletir um pouco sobre tudo, claro, tempo livre. Natural. Tinha lá tantas coisas pra fazer, um cem número de planos nesses meus quase 20 tantos anos. Eu era excepcional nessa coisa de planejar. Eu era melhor ainda em manter os planos em constante reforma, assim não conseguia realizar nenhum deles. Nada mais natural. Enfim, o dia custava a passar e aquele pequeno incômodo que não me largava. Eu tinha certeza absoluta que era fome. Mas não era minha, não podia ser. Se fosse, eu teria matado. Eu comi, oras.

O auge do tédio se aproximando mas o telefone tocou. Algumas vezes na vida o telefone toca inesperadamente e eu sempre penso que a resposta pra tudo vai estar naquela ligação. Vou atender e sei lá. Um milagre anunciado do outro lado da linha. Qualquer coisa. É a esperança mais idiota que existe. Mas, enfim, idiotice e esperança são coisas tão naturais. Puxo do gancho e já reconheço a voz da minha namorada. Nós estamos há bastante tempo juntos, o nosso jeito de falar, nossa expressão corporal se parecem. Não sei se isso acontece com todos os casais. Talvez não seja muito natural. Enfim, ela reclama dessas tantas coisas, a família e a faculdade principalmente. Eu tenho essa tendência de achar que os problemas dela vão todos se resolver por que são tão banais. Os problemas dos outros sempre parecem tão banais. Aí ela para de falar de repente, faz esse breve silêncio. Eu conhecia isso, toda vez que existia uma notícia incomum ela assumia esse tom solene, mudava todo o vocabulário. Natural, claro. Está atrasada e já faz quase um mês. Mas que bela merda eu pensei prontamente. Todos aqueles planos. E aquele tremor na minha barriga que insistia em permanecer, agravou-se. Eu ainda estava intrigado com aquilo e quase perdi todo o discurso dela repleto de soluços.

Fui encontrá-la. Eu sou um fodido em vários sentidos mas jamais deixaria a minha namorada ser mãe solteira. Jamais. Nada mais natural. Pra mim pelo menos. Fiz minha parte, botei as cartas na mesa. A gente estava junto nessa. Não sei e provavelmente nunca vou saber se aquilo foi o suficiente pra ela. Toquei o carro pra uma farmácia e ela se foi comprar um teste de gravidez. Fiquei sozinho com os meus pensamentos. Caralho. Mas o que diabos era aquilo? A paternidade veio me fazer um agrado e quem sabe fosse para sempre. Lá estava eu reformando planos e dessa vez parecia ser o último retoque. Esses 5 minutos de reflexão e ela já voltava pro carro. O pensamento elastece o tempo, disso eu tenho certeza.

Fomos pra casa e entramos no meu quarto. Cenário onde surgiu o moleque. Definitivamente fora ali. Eu gostaria muitíssimo de ter um filho homem. Não existe nenhum cenário que eu me veja criando uma mulher. Criar uma mulher é provavelmente o desejo mais pretensioso do mundo. Não sei quanto tempo leva um exame de gravidez, mas nesses minutos me dei conta de que aquela fome misteriosa tinha desaparecido. Que alívio tremendo eu senti. Reclinei na cama e fiquei contemplando o teto, tinha uma rachadura linda bem no meio. Quanto tempo será que leva pra cair uma construção? Em média? Algum dia elas caem, certamente. Natural. Mas aí irrompeu minha namorada no quarto, eu até hoje não sei se aquilo era um sorriso. Parecia ser. Ela me mostrou o teste. Tive vontade de rir ao não conseguir entender como funcionava aquilo mas ela me disse. Não estava grávida. Nós nos abraçamos e desatamos a rir e chorar numa mistura engraçada. No carro isso parou e foi só silêncio. Quando cheguei em casa me deitei e olhei pro teto novamente. A luz estava apagada. E de repente eu sentia. Aquela fome novamente.

quinta-feira, agosto 06, 2009

Já não sei mais se LUCIDEZ e EMBRIAGUEZ rimam por ACASO.

Acho que é uma dessas coincidências que fazem do ACASO uma sinfonia tão CÉLEBRE.

terça-feira, agosto 04, 2009

Insônia.

Além de não ter isso faz séculos.

É uma palavra de rimas tenebrosas: amônia e .... ?

Vou tentar dormir de novo.

segunda-feira, agosto 03, 2009

Não havia outro jeito de iniciar essa segunda feira senão com este belo ASTRO todo BRILHOSO no céu impressionantemente AZUL.

Sábado foi quase um exorcismo que se estendeu pelo domingo e culminou com a JOVIALIDADE y GRAÇA do CLIMA todo SORRISOS deste 03 de agosto.

Estive no shopping Mueller ontem, semi vazio por conta da famigerada PRAGA que ASSOLA não o corpo e sim a MENTE tão criativa dos SERES.

Adquiri um moletom preto.

Na praça de alimentação limpei minha mão com um germicida a disposição de todo o PÚBLICO.

Fi-lo duas vezes. O negócio seca sozinho muito rápido.

Hoje acordei espirrando.

Ainda antes do final do FIM da SEMANA, estive num CAFÉ, repleto de pessoas a BAVARDER e PAPOTER sem PARAR.

Ainda sobrou tempo prum carteado que se prolongou até cerca de 1:00 da manhã ou algo nas CERCANIAS de tal horário.

Enfim. Estive e vi e convivi, como é bom ser social não é mesmo?

sábado, agosto 01, 2009

Descobri que ultimamente quando escrevo sobre coisas que me dão desgosto, acabo economizando no vocabulário.

Como que se eu desprezasse a manifestação e o fizesse somente pelo hábito. Sem me importar com a forma.

Inescapável.

O fato é que o orgulho é um troço seco e difícil de se engolir. O remédio na maioria das vezes é botar defeito em tudo e achar que no fim não perdeu nada de mais. É olhar pro outro lado, esquecer que havia SUL e caminhar pro NORTE sem olhar pra trás.

E realmente funciona, a gente se encanta com as opções que existem em outros espelhos por aí.

Até ser surpreendido pelo SOL no lado errado da bússola. E quando vê, o SUL e o NORTE são a mesma coisa, e estamos prontos pra por tudo a perder mais uma vez.