Às vezes me sinto como pedaços de papel.
Às vezes eu respiro e o fôlego me abandona.
É sempre assim.
Essa falta de ar, a angústia trovejando mais alto que qualquer sonho.
A mesma náusea que visita os poetas pela manhã.
Por que é que as palavras nunca me são suficientes?
Que merda.
Esses dias eu voltei a admirar o abismo.
E então aquela vertigem esfumaçou, desapareceu.
Eu já vi o rosto de tanta gente dentro do rosto de tanta gente.
Menos o meu.
O meu, eu só enxergo no reflexo do abismo.
Lá na beirada da crueza, no fundo escuro.
E eu estou sorrindo e desenhando.
Às vezes o meu corpo queima como plástico.
Então eu não me aproximo mais.
Prefiro ficar por aqui, colecionando pedaços de papel.
E perdendo o fôlego, até que ele se acabe de vez.
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2 comentários:
Mais uma vez, me identifico, Osso. Só queria que vc soubesse disso. ;D
"Essa falta de ar, a angústia trovejando mais alto que qualquer sonho."
muito bom!
uma das melhores mesmoQ
parabens
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